domingo, 12 de julho de 2015

Omolú




DIA: Segunda-feira
CORES: Preto, branco e vermelho.
SÍMBOLOS: Xaxará ou Íleo, lança de madeira, lagidibá.
ELEMENTOS: Terra e fogo do interior da Terra.
DOMÍNIOS: Doenças epidémicas, cura de doenças, saúde, vida e morte.
SAUDAÇÃO: Atotoó!!!
Omolú é a Terra! Essa afirmação resume perfeitamente o perfil deste orixá, o mais temido entre todos os deuses africanos, o mais terrível orixá da varíola e de todas as doenças contagiosas, o poderoso “Rei Dono da Terra”.
È preciso esclarecer, no em tanto, que Omolú está ligado ao interior da terra (ninù ilé) e isso denota uma íntima relação com o fogo, já que esse elemento, como comprovam os vulcões em erupção, domina as camadas mais profundas do planeta.
Toda a reflexão em torno de Omolú ocorreu colocando-o como um orixá ligado à terra, o que é correcto, mas não deixa de ser um erro desconsiderar a sua relação com o fogo do interior da terra, com as lavas vulcânicas, como os gases etc. o que pode ser mais devastador que o fogo? Só as epidemias, as febres, as convulsões lançadas por Omolú!
Orixá cercado de mistérios, Omolú é um deus de origem incerta, pois em muitas regiões da África eram cultuados deuses com características e domínios muito próximos aos seus. Omolú seria rei dos Tapas, originário da região de Empé. Em território Mahi, no antigo Daomé, chegou aterrorizando, mas o povo do local consultou um babalaô que lhes ensinou como acalmar o terrível orixá. Fizeram então oferendas de pipocas, que o acalmaram e o contentaram. Omolú construiu um palácio em território Mahi, onde passou a residir e a reinar como soberano, porém não deixou de ser saudado como Rei de Nupê em pais Empê (Kábíyèsí Olútápà Lempé).
As pipocas, ou melhor, deburu, são as oferendas predilectas do orixá Omolú; um deus poderoso, guerreiro, caçador, destruidor e implacável, mas que se torna tranquilo quando recebe sua oferenda preferida.
Em África são muitos os nomes de Omolú, que variam conforme a região. Entre os Tapas era conhecido Xapanã (Sànpònná); entre os Fon era chamado de Sapata-Ainon,que significa ‘Dono da Terra’; já os Iorubás o chamam Obaluaiê e Omolú.
Omolú nasceu com o corpo coberto de chagas e foi abandonado pela sua mãe, Nanã Buruku, na beira da praia. Nesse contratempo, um caranguejo provocou graves ferimentos na sua pele. Iemanjá encontrou aquela criança e criou-a com todo amor e carinho; com folhas de bananeira curou as suas feridas e pústulas e transformou-a num grande guerreiro e hábil caçador, que se cobria com palha-da-costa (ikó) não porque escondia as marcas de sua doença, como muitos pensam, mas porque se tornou um ser de brilho tão intenso quanto o próprio sol. Por essa passagem, o caranguejo e a banana-prata tornaram-se os maiores ewò de Obaluaiê.
O capuz de palha-da-costa-aze (aze) cobre o rosto de Obaluaiê para que os seres humanos não o olhem de frente (já que olhar directamente para o próprio sol pode prejudicar a visão). A história de Omolú explica a origem dessa roupa enigmática, que possui um significado profundo relacionado à vida e à morte.
O aze guarda mistérios terríveis para simples mortais, revela a existência de algo que deve ficar em segredo, revela a existência de interditos que inspiram cuidado medo, algo que só os iniciados no mistério podem saber. Desvendar o aze, a temível máscara de Omolú, seria o mesmo que desvendar os mistérios da morte, pois Omolú venceu a morte. Debaixo da palha-da-costa, Obaluaiê guarda os segredos da morte e do renascimento, que só podem ser compartilhados entre o iniciados.
A relação de Omolú com a morte dá-se pelo facto de ele ser a terra, que proporciona os mecanismos indispensáveis para a manutenção da vida. O homem nasce, cresce, desenvolve-se, torna-se forte diante do mundo, mas continua frágil diante de Omolú, que pode devorá-lo a qualquer momento, pois Omolú é a terra, que vai consumir o corpo do homem por ocasião da sua morte.

Obaluaiê andou por todos os cantos de África, muito antes, inclusive, de surgirem algumas civilizações. Do ponto de vista histórico, Omolú é a idade anterior à Idade dos Metais, peregrinou por todos os lugares do mundo, conheceu todas as dores do mundo, superou todas. Por isso Omolú se tornou médico, o médico dos pobres, pois, muito antes da ciência, salvava a vida dos necessitados; durante a escravidão, só não pôde superar a crueldade dos senhores, mas de doenças livrou muitos negros e até hoje muitos pobres só podem recorrer a Omolú que nunca lhes falta.


Características dos filhos de Obaluaiê/Omolú     

 Os filhos de Omolú são pessoas extremamente pessimistas e teimosas que adoram exibir os seus sofrimentos, daqueles que procuram o caminho mais longo e difícil para atingir algum fim.

Deprimidos e depressivos, são capazes de desanimar o mais optimista dos seres; acham que nada pode dar certo, que nada está bom. Às vezes, são doces, mas geralmente possuem manias de velho, como a rabugice.
Gostam da ordem, gostam que as coisas saiam da maneira que planearam. Não são do tipo que levam desaforo para casa e se se sentirem ofendidos respondem no acto, não importa a quem. Pensam que só eles sofrem, que ninguém os compreende. Não possuem grandes ambições.
Podem apresentar doenças de pele, marcas no rosto, dores e outros problemas nas pernas. São pessoas sem muito brilho, sem muita beleza. São perversos e adoram irritar as pessoas; são lentos, exigentes e reclamam de tudo.
São reprimidos, amargos e vingativos. É difícil relacionar-se com eles. Parece que os filhos de Omolú são pessoas que possuem muitos defeitos e poucas qualidades, mas eles têm várias, e uma qualidade pode compensar qualquer defeito: são extremamente prestáveis e trabalhadores. São amigos de verdade.
O lado positivo da maioria dos filhos de Omolú supera em muito esse lado autodestrutivo que todos têm uns mais, outros menos, mais tem sim.
São extremamente alegres, perseverantes, pacientes e amorosos, tiram a roupa do corpo para agradar uma pessoa, tratam o dinheiro pelo lado do prazer, da satisfação.
Extremamente fiéis a uma causa. A justiça para os filhos de Omolú não é a dos homens e sim a de Deus (Olorun), super limpos e vaidosos, ao contrário de muitos arquétipos, são na maioria muito bonitos, se não fisicamente, são espiritualmente e ainda tem grande afinidade pela atração que exercem nas pessoas. Tem uma capacidade mental atualizada ao seu tempo, raramente adoecem e quando acontece se recuperam mais rápido ainda.
As pessoas de Omolú têm a tendência da mudança propriamente dita, para qualquer coisa que desejarem, parecem dançar Opanijé o tempo todo, procurando por tudo. Trabalhadores incansáveis,  filhos de Omolú numa roça fazem de um tudo, apenas não os magoem nem os tratem com indiferença, ciumentos são capazes de exageros, se sentem incompreendidos e, muitas vezes não sabemos o que lhes causam repentinas depressões.
Filhos do Sol e da Terra de Orixá vivo, os filhos de Omolú são maravilhosamente despretensiosos. Um tanto radicais, podem mudar de opinião de uma hora para outra. Também, céticos em sua fé, intuitivos, andarilhos e aguçados.  

LENDA

Chegando de viagem à aldeia onde nascera, Obaluaiê viu que estava acontecendo uma festa com a presença de todos os orixás. Obaluaiê não podia entrar na festa, devido à sua medonha aparência. Então ficou espreitando pelas frestas do terreiro. Ogum, ao perceber a angústia do Orixá, cobriu-o com uma roupa de palha, com um capuz que ocultava seu rosto doente, e convidou-o a entrar e aproveitar a alegria dos festejos. Apesar de envergonhado, Obaluaiê entrou, mas ninguém se aproximava dele, nenhuma mulher quis dançar com ele. 
Iansã tudo acompanhava com o rabo do olho. Ela compreendia a triste situação de Obaluaiê e dele se compadecia. Iansã esperou que ele estivesse bem no centro do barracão. O xirê (festa, dança, brincadeira) estava animado. Os orixás dançavam alegremente com suas ekedes. Iansã chegou então bem perto dele e soprou suas roupas de palha com seu vento. Nesse momento de encanto e ventania, as feridas de Obaluaiê pularam para o alto, transformadas numa chuva de pipocas, que se espalharam brancas pelo barracão. Obaluaiê, o deus das doenças, transformara-se num jovem belo e encantador.
O povo o aclamou por sua beleza. Obaluaiê ficou mais do que contente com a festa, ficou grato. E, em recompensa, dividiu com ela o seu reino. Iansã então dançou e dançou de alegria. Para mostrar a todos seu poder sobre os mortos, quando ela dançava agora, agitava no ar o eruexim (o espanta-mosca com que afasta os eguns para o outro mundo). Iansã tornou-se Iansã de Balé, a rainha dos espíritos dos mortos, a condutora dos eguns, rainha que foi sempre a grande paixão de Obaluaiê.

LENDA

Filho de Oxalá e Nanã, nasceu com chagas, uma doença de pele que fedia e causava medo aos outros, sua mãe Nanã morria de medo da varíola, que já havia matado muita gente no mundo. Por esse motivo Nanã, o abandonou na beira do mar. Ao sair em seu passeio pelas areias que cercavam o seu reino, Iemanjá encontrou um cesto contendo uma criança. Reconhecendo-a como sendo filho de Nanã, pegou-a em seus braços e a criou como seu filho em seus seios lacrimosos.
O tempo foi passando e a criança cresceu e tornou um grande guerreiro, feiticeiro e caçador. Se cobria com palha da costa, não para esconder as chagas com a qual nasceu, e sim porque seu corpo brilhava como a luz do sol. Um dia Iemanjá chamou Nanã e apresentou-a a seu filho Xapanã, dizendo: Xapanã, meu filho receba Nanã sua mãe de sangue. Nanã, este é Xapanã nosso filho. E assim Nanã foi perdoada por Omulu e este passou a conviver com suas duas mães.

LENDA

Euá era uma caçadora de grande beleza, que cegava com veneno quem se atrevesse a olhar para ela.
Euá casou-se com Omulú, que logo demonstrou ser marido ciumento.
Um dia, envenenado pelo ciúme doentio.
Omulú desconfiou da fidelidade da mulher e a prendeu num formigueiro.
As formigas picaram Euá quase até a morte e ela ficou deformada e feia. Para esconder sua deformação, sua feiúra, Omulú então a cobriu com palha-da-costa vermelha.
Assim todos se lembrariam ainda como Euá tinha sido uma caçadora de grande beleza.

LENDA

Xapanã era um guerreiro terrível que, seguido de suas tropas, percorria o céu e os quatro cantos do mundo. Ele massacrava sem piedade aqueles que se opunham à sua passagem. Seus inimigos saíam dos combates mutilados ou morriam de peste. Assim, chegou Xapanã em território Mahí, no Daomé. A terra dos Mahis abrangia as cidades deSavalú e Dassa Zumê. Quando souberam da chegada iminente de Xapanã, os habitantes desta região, apavorados, consultaram um adivinho. E assim ele falou: “Ah! O Grande Guerreiro chegou de Empê! Aquele que se tornará o senhor do país! Aquele que tornará esta terra rica e próspera, chegou! Se o povo não o aceitar, ele o destruirá! É necessário que supliquem a Xapanã que os poupe. Façam-lhe muitas oferendas; todas as que ele goste: inhame pilado, feijão, farinha de milho, azeite de dendê, picadinho de carne de bode e muita, muita pipoca! Será necessário também que todos se prosternem diante dele, que o respeitem e o sirvam. Logo que o povo o reconheça como pai, Xapanã não o combaterá, mas protegerá a todos!

Quando Xapanã chegou, conduziu seus ferozes guerreiros, os habitantes de Savalú e Dassa Zumê reverenciaram-no, encostando suas testas no chão, e saudaram-no: “TotôhumTotô hum! AtotôAtotô!” “Respeito e Submissão!” Xapanã aceitou os presentes e as homenagens, dizendo: “Está bem! Eu os pouparei! Durante minhas viagens, desde Empê, minha terra natal, sempre encontrei desconfiança e hostilidade. Construam para mim um palácio. É aqui que viverei a partir de agora!” Xapanã instalou-se assim entre os Mahis. O país prosperou e enriqueceu e o Grande Guerreiro não voltou mais a Empê, no território Tapá, também chamado Nupê.

Oyá ou Iansã


Dia: Quarta-feira

Cores: Marrom, Vermelho e Rosa


Símbolos: Espada e Eruexin


Elementos: Ar em movimento,qualquer tipo de vento, Fogo


Domínios: Tempestades, Ventanias, Raios, Morte


Saudação: Epahei!


Oyá foi mulher de Ogum e depois de Xangô,  mais teve relacionamento com quase todos os Orixás. Mais foi Xangô seu verdadeiro amor.
O nome Iansã é um título que Oyá recebeu de Xangô. Esse título faz referência ao entardecer, Iansã pode ser traduzido como "a mãe do céu rosado" ou "a mãe do entardecer".
Embora seja saudada como a deusa do rio Níger O maior e mais importante rio da Nigéria  é imponente e atravessa todo o país. Rasgado, espalha-se pelas principais cidades através de seus afluentes por esse motivo tornou-se conhecido com o nome Odò Oya, já que ya, em iorubá, significa rasgar, espalhar. Esse rio é a morada da mulher mais poderosa da África negra, a mãe dos nove orum, dos nove filhos, do rio de nove braços, a mãe do nove, Ìyá Mésàn, Iansã (Yánsàn).
Na realidade,Oyá indica a união de elementos contraditórios, pois nasce da água e do fogo, da tempestade, de um raio que corta o céu no meio de uma chuva, é a filha do fogo-Omo Iná.
A tempestade é o poder manifesto de Iansã, rainha dos raios, das ventanias, do tempo que se fecha sem chover.
 Iansã é a mulher que acorda de manhã, beija os filhos e sai em busca do sustento.E a mulher que procura sua Independência não se deixa abater por nada ,ele é de lutar e seduzir para consegui o q quer.
Ela quer um homem para amá-la e não para sustentá-la. Desperta pronta para a guerra, para a sua lida do dia-a-dia, não tem medo do batente: luta e vence,por isso q ela ia para guerra e lutava ao lado Xangô.
O facto de estar relacionada com funções tipicamente masculinas não afasta Iansã das características próprias de uma mulher sensual, fogosa, ardente; ela é extremamente feminina e o seu número de paixões mostra a forte atracção que sente pelo sexo oposto. Iansã (Oyá) teve muitos homens e verdadeiras paixões. Graças as suas paixões ela, conquistou grandes poderes e tornou-se orixá.
 Ela é arrebatadora, sensual e provocante, mas quando ama um homem só se interessa por ele, portanto é extremamente fiel e possessiva. Todavia, a fidelidade de Iansã não está necessariamente relacionada a um homem, mas às suas convicções e aos seus sentimentos. 
Iansã tambem é Senhora dos Eguns (espíritos dos mortos), os quais controla com um rabo de cavalo chamado Eruexim - seu instrumento litúrgico durante as festas, uma chibata feita de rabo de um cavalo atado a um cabo de osso, madeira ou metal. 
É ela que servirá de guia, ao lado de Obaluaiê, para aquele espírito que se desprendeu do corpo. É ela que indicará o caminho a ser percorrido por aquela alma.

Características dos filhos de Iansã / Oyá

O  comportamento dos filhos  Oyá pode ser explosivo, como uma tempestade, ou calmo, como uma brisa de fim de tarde. Só uma coisa o tira do sério: mexer com um filho seu é o mesmo que comprar uma briga de morte: batem em qualquer um, chega ate a pensa em  matam se for preciso.
Na condição de amigos, revelam-se pessoas confiáveis,as pessoas mais prudente tem que ter cuidado com segredo que conta para um  filho de Oyá ,porque ele não pensará antes de usar tudo que lhe foi contado como arma.Pois estas pessoas tendem a ser autoritárias e possessivas; o seu génio muda repentinamente sem que ninguém esteja preparado para essas guinadas.
 Os relacionamentos longos só acontecem quando controlam os seus impulsos, aí, são capazes de viver para o resto da vida ao lado da mesma pessoa, que deve permitir que se tornem os senhores da situação.
São pessoas atiradas, extrovertidas e directas, que jamais escondem os seus sentimentos, seja de felicidade, seja de tristeza. Entregam-se a súbitas paixões e de repente esquecem, partem para outra, e o antigo parceiro é como se nunca tivesse existido. Isso não é prova de promiscuidade, pelo contrário, são extremamente fiéis à pessoa que amam, mas só enquanto amam.É por isso que viver é uma grande aventura. Enfrentar os riscos e desafios da vida são os prazeres dessas pessoas, tudo para elas é festa. Escolhem os seus caminhos mais por paixão do que por reflexão. Em vez de ficar em casa, vão à luta e conquistam o que desejam.

LENDA

Ogum foi caçar na floresta. Colocando-se à espreita, percebeu um búfalo que vinha em sua direção. Preparava-se para matá-lo quando o animal, parando subitamente, retirou a sua pele. Uma linda mulher apareceu diante de seus olhos, era Iansã. Ela escondeu a pele num formigueiro e dirigiu-se ao mercado da cidade vizinha. Ogum apossou-se do despojo, escondendo-o no fundo de um depósito de milho, ao lado de sua casa, indo, em seguida, ao mercado fazer a corte à mulher-búfalo. Ele chegou a pedi-la em casamento, mas Oiá recusou inicialmente. Entretanto, ela acabou aceitando, quando de volta a floresta, não mais achou a sua pele. Oiá recomendou ao caçador a não contar a ninguém que, na realidade, ela era um animal. Viveram bem durante alguns anos. Ela teve nove crianças, o que provocou o ciúme das outras esposas de Ogum. Estas, porém embebedaram Ogum e conseguiram descobrir o segredo da aparição da nova a mulher. Logo que o marido se ausentou, elas começaram a cantar: 'Máa je, máa mu, àwo re nbe nínú àká', 'Você pode beber e comer (e exibir sua beleza), mas a sua pele está no depósito (você é um animal)'.
Oiá compreendeu a alusão; encontrando a sua pele, vestiu-a e, voltando à forma de búfalo, matou as mulheres ciumentas. Em seguida, deixou os seus chifres com os filhos, dizendo: 'Em caso de necessidade, batam um contra o outro, e eu virei imediatamente em vosso socorro.' É por essa razão que chifres de búfalo são sempre colocados nos locais consagrados a Iansã.
Minha mãe Iansã
LENDA

Iansã percorreu vários reinos, foi paixão de Ogum, Oxaguian, Exu, Oxossi e Logun-Edé. Em Ifé, terra de Ogum, foi a grande paixão do guerreiro. Aprendeu com ele e ganhou o direito do manuseio da espada. Em Oxogbô, terra de Oxaguian, aprendeu e recebeu o direito de usar o escudo. Deparou-se com Exu nas estradas, com ele se relacionou e aprendeu os mistérios do fogo e da magia. No reino de Oxossi, seduziu o deus da caça, aprendendo a caçar, tirar a pele do búfalo e se transformar naquele animal (com a ajuda da magia aprendida com Exu). Seduziu o jovem Logun-Edé e com ele aprendeu a pescar. Iansã partiu, então, para o reino de Obaluaiê, pois queria descobrir seus mistérios e até mesmo conhecer seu rosto, mas nada conseguiu pela sedução. Porém, Obaluaiê resolveu ensinar-lhe a tratar dos mortos. De início, Iansã relutou, mas seu desejo de aprender foi mais forte e aprendeu a conviver com os Eguns e controlá-los. Partiu, então, para Oyó, reino de Xangô, e lá acreditava que teria o mais vaidoso dos reis, e aprenderia a viver ricamente. Mas, ao chegar ao reino do deus do trovão, Iansã aprendeu muito mais, aprendeu a amar verdadeiramente e com uma paixão violenta, pois Xangô dividiu com ela os poderes do raio e deu a ela o seu coração.

LENDA
 Oxaguiam (Oxalá novo e guerreiro) estava em guerra, mas a guerra não acabava nunca, tão poucas eram as armas para guerrear. Ogum fazia as armas, mas fazia lentamente.  Oxaguiam pediu a seu amigo Ogum urgência, Mas o ferreiro já fazia o possível. O ferro era muito demorado para se forjar e cada ferramenta nova tardava como o tempo. Tanto reclamou Oxaguiam que Oiá, esposa do ferreiro, resolveu ajudar Ogum a apressar a fabricação. Oiá se pôs a soprar o fogo da forja de Ogum e seu sopro avivava intensamente o fogo e o fogo aumentado derretia o ferro mais rapidamente. Logo Ogum pode fazer muitas armas e com as armas Oxaguiam venceu a guerra. Oxaguiam veio então agradecer Ogum. E na casa de Ogum enamorou-se de Oiá. Um dia fugiram Oxaguiam e Oiá, deixando Ogum enfurecido e sua forja fria. Quando mais tarde Oxaguiam voltou à guerra e quando precisou de armas muito urgentemente, Oiá teve que voltar a avivar a forja. E lá da casa de Oxaguiam, onde vivia, Oiá soprava em direção à forja de Ogum. E seu sopro atravessava toda a terra que separava a cidade de Oxaguiam da de Ogum. E seu sopro cruzava os ares e arrastava consigo pó, folhas e tudo o mais pelo caminho, até chegar às chamas com furor. E o povo se acostumou com o sopro de Oiá cruzando os ares e logo o chamou de vento. E quanto mais a guerra era terrível e mais urgia a fabricação das armas, mais forte soprava Oiá a forja de Ogum. Tão forte que às vezes destruía tudo no caminho, levando casas, arrancando árvores, arrasando cidades e aldeias. O povo reconhecia o sopro destrutivo de Oiá e o povo chamava a isso tempestade

Obá


Obá é a princesa guerreiraOrixá feminino de Nagô (Iorubá), nascida de Orungáe do ventre de Yemanjádepois de um incesto de Orugan. Em toda a África Obá era cultuada como a grande deusa protetora do poder feminino, por isso também é saudada como Iyá Agbá, e mantém estreitas relações com as Iya Mi.Era uma mulher forte, que comandava as demais e desafiava o poder masculino. Terceira mulher de Sàngó, depois de Oya e Oxum , guerreira e pouco feminina. As suas roupas são vermelhas e brancas na maioria das vezes, usa um escudo, uma espada e uma coroa de cobre.Obá é um ORIXÁ que raramente se manifesta e há pouco estudo sobre ela.
Obá é a mulher consciente do seu poder, que luta e reivindica os seus direitos, que enfrenta qualquer homem – menos aquele que tomar o seu coração. Ela abraça qualquer causa, mas rende-se a uma paixão. Obá é a mulher que se anula quando amaEra uma mulher forte, que comandava as demais e desafiava o poder masculino.
Embora Obá se tenha transformado num rio, é uma deusa relacionada ao fogo.
Obá é saudada como o Orixá do ciúme, mas não se pode esquecer que o ciúme é o corolário inevitável do amor, portanto, Obá é um Orixá do amor, das paixões, com todos os dissabores e sofrimentos que o sentimento pode acarretar. Obá tem ciúme porque ama.
O lado esquerdo (Osì) sempre esteve relacionado à mulher e, por uma razão muito elementar, é o lado do coração. Quando Obá é saudada como guardiã da esquerda, isso quer dizer que é a guardiã de todas as mulheres, aquela que compreende os sentimentos do coração, pois Obá pensa com o coração, por isso dança sempre com a mãe esquerda apontando para o lado esquerdo na latura da orelha, poder genitor feminino, rainha em África da sociedade Elecô, onde homem não entra, as grandes amazonas  Oba. Oba não conhece a cabeça de homem.Por isso ela só se manisfesta em mulheres...
Ligadas a Oxóssi pela caça e grande arqueira, ligada a Xangô através do fogo a luta pela vida.
Como pode uma Deusa ligada ao amor e o carinho, dedicar-se à guerra? 
Toda a energia das suas paixões frustradas é canalizada por ela para a guerra, tornando-se a guerreira mais valente, que nenhum homem ousa enfrentar. Obá supera a angústia de viver sem ser amada.
AS filha de 
Obá troca um palácio por uma cabana, troca todas as riquezas do mundo por uma frase: “Eu te amo”.

Características dos filhos de Obá

0 tipo psicológico das filhas de OBA, constitui o estereotipo da mulher de forte temperamento, terrivelmente possessiva e carente, é mulher de um homem só, fiel e sofrida. São combativas, impetuosas e vingativas.As filhas de Obá não tem muito jeito para se comunicar com as pessoas, chegam a ser duros e inflexíveis. Têm dificuldade em ser gentis e estabelecer um canal de comunicação afectiva com os outros; às vezes são brutos e rudes afastando as pessoas. Isso deve-se ao fato de os filhos de Obá, na maioria das vezes, sofrerem um certo complexo de inferioridade achando que as pessoas que se aproximam querem tirar partido de alguma coisa. De facto, isso tende a acontecer com os filhos de Obá.
A sua sinceridade chega a ferir; expressam as suas opiniões, fazem críticas e acabam por magoar as pessoas, pois não se preocupam em ser agradáveis. Mas essa agressividade é puramente defensiva.
São bons companheiros e amigos fiéis, são ciumentos e possessivos no amor, por isso não têm muita sorte. Quando apaixonados, nunca são senhores da relação, cedem em tudo, abdicam de todas as suas convicções.

Algumas vezes infelizes no amor, investem todas as suas cartas nas suas carreiras e, de entre as mulheres que se destacam profissionalmente numa sociedade machista, podem-se encontrar muitas filhas de Obá excelentes juizas, advogadas, comandando quartéis, etc. Muitas vezes despertam a inveja dos seus inimigos e podem sofrer algumas emboscadas, por isso devem vencer a tendência que possuem para a ingenuidade.

LENDA
Obá era uma mulher cheia de vigor e coragem.
Faltava-lhe, talvez, um pouco de charme e refinamento.
Mas ela não temia ninguém no mundo.
Seu maior prazer era lutar.
Seu vigor era tal que ela escolheu a luta e o pugilato como profissão.
Obá venceu todas as disputas que foram organizadas entre ela e diversos orixás.
Ela derrubou Obatalá, tirou Oxóssi de combate

e deixou no chão Orunmilá.

Oxumaré não resistiu à sua força.

Ela desafiou Obaluaê e botou Exu pra correr.

Chegou a vez de Ogum!

Ogum teve o cuidado de consultar Ifá, antes da luta.
Os adivinhos lhe disseram para fazer oferendas,
compostas de duzentas espigas de milho e muitos quiabos.
Tudo pisado num pilão para se obter uma massa viscosa e escorregadia.
Esta substância deveria ser depositada num canto do terreno onde eles lutariam.
Ogum seguiu fielmente estas instruções.
Na hora da luta, Obá chegou dizendo:
"O dia do encontro é chegado."
Ogum confirmou:
"Nós lutaremos, então, um contra o outro."
A luta começou.
No início, Obá parecia dominar a situação.
Ogum recuou em direção ao lugar onde ele derramara a oferenda.
Obá pisou na pasta viscosa e escorregou.
Ogum aproveitou para derrubá-la.
Rapidamente, libertou-se do pano que vestia e a possuiu ali mesmo,
tornando-se, desta maneira, seu primeiro marido.

Lenda de Oxum e Obá

Oxum Tira Obá da vida de Xangô
Uma lenda muita conhecida nos conta que Oxum Amava Xangô, e Obá também, só que Obá era a teceira esposa de xangô, Mas percebia que O rei amava mais Oxum, e pediu o segredo a ela, Oxum lhe disse, que o feitiço era suas orelhas, que as teriam cortado e colocado no Amalá de Xangô, Obá fez igual, com sua inocência cortou sua orelha esquerda e colocou no amalá, e ofereceu ao grande Obá Kossô!
Xangô Enfurecido jogou o amalá ao chão insultando Obá, e a colocou para fora do reino. 
Até hoje esconde sua "Deficiência" com a Mão ou uma Folha Sob a Orelha decepada!
Obá para se vinga de Oxum convida ela  para uma festa, em seu palácio.
Oxum vestiu um belo vestido, enfeitou-se com jóias, perfumou-se e foi com sua comitiva até o palácio de Obá. Quando lá chegou, viu que havia um lindo e comprido tapete de rosas, já no salão principal, estendido em sua honra.
Então Oxum pisou no tapete - descalça, como os orixás sempre andam - e teve uma desagradável surpresa: Obá pusera brasas escondidas debaixo das pétalas de rosas. Os pés de Oxum começaram a arder , mas ela, altiva, não quis demonstrar nenhum sinal de dor. Foi andando por todo o tapete sem reclamar, sorrindo majestosa para todos.
Até hoje quando se encontram na terra nos candomblés, Oxum e Obá Simbolizam sua Guerra eterna pelo amor de Xangô!
JA em outra lenda conta q depois de Xangô repudiar Obá por se mutilar por causa de Oxum. 
 Obá tava tao furiosa que  precipitou-se sobre Oxum com impetuosidade.Uma verdadeira luta se seguiu.Enraivecido, Xangô trovejou sua fúria. Oxum e Obá, apavoradas, fugiram e transformaram-se em rios.
Até hoje, as águas destes dois rios são tumultuadas e agitadas no lugar onde se recontra suas aguas,
em lembrança da briga de Oxum e Obá pelo amor de Xangô.

" Xangô era um conquistador de terras e de mulheres. Vivia sempre de um lugar a outro. Em Kosó fez-se rei e casou-se com Obá. 
Obá era a teceira  esposa de Xangô. Obá passava o dia cuidando da casa de Xangô. Moía a pimenta, cozinhava e deixava tudo limpo.

Mas, Xangô era um conquistador de terra e de mulheres e tinha mais duas esposa Oxum e Oyá . As três viviam às turras pelo amor do rei. 
Para deixar Xangô feliz, Obá presenteou-lhe um cavalo branco. Xangô gostou muito do cavalo.
Tempos depois Xangô saiu para guerrear levando Oyá consigo. Seis meses se passaram e Xangô continuava longe.
Obá estava desesperada e foi consultar Òrúnmìlà que aconselhou Oba  oferecer em sacrifício um irùkèrè, (espanta-mosca feito com o rabo de um cavalo). Mandou por o irùkèrè no teto da casa.
Para fazer a oferta prescrita pelo oráculo, Obá encomendou a Exú um rabo de cavalo. E Exú, induzido por Òxum, mais que depressa cortou o rabo do cavalo branco de Sangò.
Mas não cortou somente os pêlos e sim a cauda toda e o cavalo sangrou até morrer.
Quando Xangô voltou da guerra, procurou o cavalo e não o encontrou. Deparou então com o irùkèrè amarrado no teto da casa e reconheceu o rabo do cavalo desaparecido. Soube pelas mulheres da oferenda feita pela primeira esposa. Xangô ficou irado e repudiou Obá."

sábado, 11 de julho de 2015

Oxumaré

Oxumaré

DIA: Terça-feira

CORES: Amarelo e verde (ou preto) e todas as cores do arco-íris

SÍMBOLOS: Ebiri, serpente, círculo, bradjá.

ELEMENTOS: Céu e terra

DOMÍNIOS: Riqueza, vida longa, ciclos, movimentos constantes.

SAUDAÇÃO: A Run Boboi!!!

INTRODUÇÃO
Oxumaré (Òsùmàrè) é o orixá de todos os movimentos, de todos os ciclos. Se um dia Oxumaré perder suas forças o mundo acabará, porque o universo é dinâmico e a Terra também se encontra em constante movimento. Imaginem só o planeta Terra sem os movimentos de translação e rotação; imaginem uma estação do ano permanente, uma noite permanente, um dia permanente. É preciso que a Terra não deixe de se movimentar, que após o dia venha a noite, que as estações do não se alterem, que o vapor das águas suba aos céus e caia novamente sobre a Terra em forma de chuva. Oxumaré não pode ser esquecido, pois o fim dos ciclos é o fim do mundo.
Oxumaré mora no céu e vem à Terra visitar-nos através do arco-íris. Ele é uma grande cobra que envolve a Terra e o céu e assegura a unidade e a renovação do universo. E por isso que no Candomblé não se mata cobra. Sua essência é o movimento, a fertilidade, a continuidade da vida.
 Filho de Nanã Buruku, Oxumaré é originário de Mahi, no antigo Daomé, onde é conhecido como Dan. Na região de Ifé é chamado de Ajé Sàlugá, aquele que proporciona a riqueza aos homens. Teria sido um dos companheiros de Odudua por ocasião de sua chegada a Ifé.
Dizem que Oxumaré seria seis meses homem e seis meses mulher, mas, na verdade, este é mais um ciclo que ele representa: o ciclo da vida, pois da junção entre masculino e feminino é que a vida se perpetua. Oxumaré é um Orixá masculino.
Oxumaré é um deus ambíguo, duplo, que pertence à água e à terra, que é macho e fêmea. Ele exprime a união de opostos, que se atraem e proporcionam a manutenção do universo e da vida. Sintetiza a duplicidade de todo o ser: mortal (no corpo) e imortal (no espírito). Oxumaré mostra a necessidade do movimento da transformação.
Nos seis meses em que é uma divindade masculina, é representado pelo arco-íris, sendo atribuído a Oxumarê o poder de regular as chuvas e as secas, já que, enquanto o arco-íris brilha, não pode chover. Ao mesmo tempo, a própria existência do arco-íris é a prova de que a água está sendo levada para os céus em forma de vapor, onde se aglutinará em forma de nuvem, passará por nova transformação química recuperando o estado líquido e voltará à terra sob essa forma, recomeçando tudo de novo: a evaporação da água, novas nuvens, novas chuvas, etc.
Nos seis meses subseqüentes, o Orixá assume forma feminina e se aproxima de todos os opostos do que representou no semestre anterior. É então, uma cobra, obrigado a se arrastar agilmente tanto na terra como na água, deixando as alturas para viver sempre junto ao chão, perdendo em transcendência e ganhando em materialismo. Sob essa forma, segundo alguns mitos, Oxumarê encarna sua figura mais negativa, provocando tudo que é mau e perigoso. 
Omulú é o irmão mais velho de Oxumaré, mas foi abandonado por sua mãe por ter nascido com o corpo coberto de chagas. Em tempo, não se pode condenar Nanã por esse acto, já que era um costume, quase uma obrigação ritual da época, que se abandonassem as crianças nascidas com alguma deformidade. O deus do destino disse a Nanã que ela teria outro filho, belíssimo, tão bonito quanto o arco-íris, mas que jamais ficaria junto dela. Ele viveria no alto, percorreria o mundo sem parar. Nasceu Oxumaré.
Oxumaré que fica no céu
Controla a chuva que cai sobre a terra.
Chega à floresta e respira como o vento.
Pai venha até nós para que cresçamos e tenhamos longa vida.Características dos filhos de Oxumaré
São pessoas que tendem à renovação e à mudança. Periodicamente mudam tudo na sua vida (de maneira radical): mudam de casa, de amigos, de religião, de emprego; vivem rompendo com o passado e buscando novas alternativas para o futuro, para cumprir seu ciclo de vida: mutável, incerto, de substituições constantes.
São magras. Como as cobras possuem olhos atentos, salientes, difíceis de encarar, mas ‘não enxergam’. São pessoas que se prendem a valores materiais e adoram ostentar suas riquezas; São orgulhosas, exibicionistas, mas também generosas e desprendidas quando se trata de ajudar alguém.
Extremamente activas e ágeis, estão sempre em movimento e acção, não podem parar.
São pessoas pacientes e obstinadas na luta pelos seus objectivos e não medem sacrifícios para alcançá-los. A dualidade do orixá também se manifesta nos seus filhos, principalmente no que se refere às guinadas que dão nas suas vidas, que chegam a ser de 180 graus, indo de um extremo a outro sem a menor dificuldade. Mudam de repente da água para o vinho, assim como Oxumaré, o Grande Deus do Movimento.lenda
Todos os dias Oxumarê passava em frente ao palácio de Xangô exibindo a beleza de seus trajes e a riqueza de seus adornos em ouro. O rei olhava admirado e desejava muito ter  um contato mais próximo com o jovem, porém conhecia sua fama de não deixar ninguém se aproximar.Resolveu então preparar uma armadilha e para isso mandou que simulassem uma audiência real e chamassem Oxumarê afirmando que era uma ordem para todos os moradores do reino. Obediente ás ordens de seu soberano, Oxumarê compareceu pontualmente no dia determinado. Lá chegando estranhou que estivesse tão vazio já que a ordem tinha sido a todos os súditos, pensou em voltar atrás, imaginando que poderia ser um truque. Mas era tarde, os soldados já o estavam encaminhando a sala do trono. Ao aproximar-se do rei prostrou-se ao chão, como era hábito, ao erguer a cabeça percebeu um gesto brusco de Xangô dirigido aos soldados que imediatamente passaram a fechar todas as portas e janelas da grande sala. Percebeu que realmente fora enganado olhou em torno e não viu condições de fuga. Xangô levantou-se e dirigiu-se ao rapaz tentando tomá-lo nos braços.Oxumarê passou a se esquivar sempre procurando uma maneira de escapar. Corria de um lado a outro sem conseguir achar nenhuma saída ou mesmo um lugar onde pudesse se esconder. Tomado pelo desespero elevou o pensamento a Olorum em respeitoso pedido de ajuda. Olorum, sensibilizado pela prece do rapaz transformou-o em uma serpente no instante em que era apertado pelos fortes braços do rei. Este, tomado de susto e nojo largou imediatamente a cobra que sinuosamente atravessou o corredor do salão e saiu por uma fresta da grande porta de entrada. Foi assim que Oxumarê livrou-se do assédio de Xangô. Muito tempo depois, quando ambos foram feitos orixás, Oxumarê ficou encarregado de levar água do mar para o palácio de Xangô, no Orum (céu). A essa tarefa Oxumarê se dedica exemplarmente até hoje, mas Olorum determinou que nunca mais Xangô  se aproximar dele. Lenda
Quando xangô e Oxum quiseram se casar, perceberam que seria difícil viverem juntos, pois a casa de Oxum era no fundo do rio e xangô morava por cima das nuvens. então, resolveram arranjar um criado que facilitasse a comunicação entre os dois. falaram com Oxumarê, que aceitou servir de mensageiro entre eles. só que, durante a metade do ano em que é o arco- íris, Oxumarê levava as águas de Oxum para o céu; não chovia e a terra ficava seca. por isso, Oxumarê resolveu que, nos seis meses em que fosse cobra, deixaria o serviço. nesse período, xangô precisa descer até Oxum, e então acontecem os temporais da estação das chuvas.

Lenda
 NANÃ, OBCECADA PELA IDÉIA DE TER UM FILHO DE OXALÁ, CONCEBEU O PRIMOGÊNITO OBALUAIYE QUE, POR SUA TERRÍVEL APARÊNCIA, FOI DESPREZADO POR ELA. NANÃ CONSULTOU IFÁ, E ESTE ORIXÁ LHE DISSE QUE, NUMA SEGUNDA TENTATIVA, ELA DARIA A LUZ A UM FILHO LINDÍSSIMO, TÃO FORMOSO QUANTO O ARCO-ÍRIS. NO ENTANTO, PREVENIU-A SOBRE O FATO QUE A CRIANÇA JAMAIS FICARIA A SEU LADO.
SEU SONHO PARECIA REALIZADO ATÉ O MOMENTO DO PARTO, QUANDO DEU A LUZ A UM ESTRANHO SER QUE RECEBEU O NOME DE OXUMARÉ. DURANTE SEIS MESES A CRIATURA TOMAVA A FORMA DE ARCO-ÍRIS,
CUJA FUNÇÃO ERA LEVAR A ÁGUA PARA O CASTELO DE OXALÁ, QUE MORAVA EM ORUN ( NO CÉU ). DEPOIS DE CUMPRIDA A TAREFA, ELE VOLTAPARÊNCIA, AO MORDER A PRÓPRIA CAUDA, DANDO A VOLTA EM TORNO DA TERRA, ELE TERIA GERADO O MOVIMENTO DE ROTAÇÃO, BEM COMO O TRANSITO DOVA A TERRA POR OUTRO SEIS MESES, ASSUMINDO A FORMA DE UMA COBRA. COM ESSA AS ASTROS NO ESPAÇO. É UM ORIXÁ QUE REPRESENTA POLARIDADES CONTRARIAS, COMO O MASCULINO E O FEMININO, O BEM E O MAL, A CHUVA E O TEMPO BOM, O DIA E A NOITE, RESPECTIVAMENTE, ATRAVÉS DAS FORMAS DO ARCO-ÍRIS E SERPEN.TE

Norma basica para se fazer uma comida ou uma oferenda para o Orixá

É simples de fazer uma comida ou ferenda, contudo, deve-se lembrar dos requisitos básicos para cozinhar  para todos os orixás . Deve estar sempre de corpo limpo (antes e durante,ou seja não ter tido nenhum contato sexual com seu paceiro no dia anterior,tomar banho antes de cozinhar  ),usar roupas claras, não brigar, xingar, falar alto,  ou qualquer coisa que posso ferir o Orixá de alguma forma.Manter a mente com pensamento positivo e no q vc deseja alcança...
Saber o quer os orixá gosta,pois tem muitos os ingrediente q são quizila dos orixás ou seja q não pode ser colocado de jeito nenhum no preparo da comida...
Tambem depois do preparo tem q arriar no local preferido do seu orixa ou no local calmo e  mato verde bem viçoso e  manter o resguardo ...
E acima de tudo tenha bastante fé ,porque fé e o ingrediente principal...
E seus pedido serão alcançado

sábado, 10 de novembro de 2012

Oxalá


Dia; Sexta-feira

Cor: Branco leitoso.

Simbolo: Opáxoró

Elementos: Atmosfera e Céu

Domínios: Poder procriador masculino, Criação, Vida e Morte

Saudação: Epa Bàbá

INTRODUÇAO
OXALÁ é o detentor do poder procriador masculino. Todas as suas representações incluem o branco. É um elemento fundamental dos primórdios, massa de ar e massa de água, protoforma e a formação de todo o tipo de criaturas no AIYE e no ORUN. Ao incorporar-se, assume duas formas: OXAGUIÃ jovem guerreiro, e OXALUFÃ, velho apoiado num bastão de prata (APAXORÓ). OXALÁ é alheio a toda a violência, disputas, brigas, gosta de ordem, da limpeza, da pureza. A sua cor é o branco e o seu dia é a sexta-feira. Os seus filhos devem vestir branco neste dia. Pertencem a OXALÁ os metais e outras substâncias brancas.
Em África, todos os Orixás relacionados com a criação são designados pelo nome genérico de Orixá Fun Fun. O mais importante entre todos eles chama-se Orixalá (Òrìsanlà), ou seja, o grande Orixá, que nas terras de Igbó e Ifé é cultuado como Obatalá, rei do pano branco. Eram cerca de 154 Orixás Fun Fun, mas no Brasil e na Europa a quantidade reduz-se significativamente, sendo que dois, Orixá Olùfón, rei de Ifón (Oxalufã) e Orixá Ógìyán, o comedor de inhame e rei de Egigbó (Oxaguiã), se tornaram as suas expressões mais conhecidas.
A designação de Orixá Fun Fun deve-se ao facto de a cor branca se configurar como a cor da criação, guardando a essência de todas as demais. O branco representa todas as possibilidades, a base de qualquer criação. O nome Orisanlá foi contraído e deu origem à palavra Oxalá, e com esse nome o grande Deus-pai passou a ser conhecido no Brasil e na Europa. Todos os Orixás Fun Fun foram reunidos em Oxalá e divididos em várias qualidades das suas duas configurações principais: Òsálufón, Osagiyan, sendo este último, jovem e guerreiro, filho do primeiro mais velho e paciente.
Todas as histórias que relatam a criação do mundo passam necessariamente por Oxalá, que foi o primeiro Orixá concebido por Olodumaré e encarregado de criar não só o universo, como todos os seres, todas as coisas que existiriam no mundo.
A maior interdição de Oxalá é de facto o azeite-de-dendê, que jamais deve macular as suas roupas, os seus objetos sagrados e muito menos o seu Alá. A única coisa vermelha que Oxalá permite, é a pena de Ikodidè, prova de sua submissão ao poder genitor feminino.
O Alá representa a própria criação, está intimamente relacionado com a concepção de cada ser; é a síntese do poder criador masculino. A sua função primeira já remete ao seu significado profundo. A exceção de cobrir não evoca somente proteção, zelo, denota a atividade masculina no ato sexual.
No Xirê, Oxalá é homenageado por último porque é o grande símbolo da síntese de todas as origens. Ele representa a totalidade, o único Orixá que, como Exú, reside em todos os seres humanos. Todos são seus filhos, todos são irmãos, já que a humanidade vive sob o mesmo teto, o grande Alá que nos cobre e protege, o céu

Características do filho de Oxalá


Umas das características dos filhos de Oxalá é marcar naturalmente sua presença por onde passam pois tem a aura de autoridade e poder do orixá maior da umbanda e candomblé.
Brilham com facilidade em qualquer ambiente, tanto pelo porte sempre altivo como pelo dom da palavra, que geralmente está associado a este orixá.
Os filhos de Oxalá geralmente são cuidadosos e generosos, e um pouco perfeccionistas e detalhistas ao extremo.
Oxalá é o orixá maior do candomblé e umbanda
Geralmente o filho de Oxalá é alegre, gosta profundamente da vida, é falador, brincalhão e fanfarrão. Ao mesmo tempo é idealista, defendendo os injustiçados, os fracos e os oprimidos.
Pode-se ver muitos filhos de Oxalá atuando em ong’s e projetos assistenciais. Orgulhoso, é sedento por feitos gloriosos, como todos os guerreiros, mesmo que em função de atos caridosos, pelos quais são conhecidos.
Curiosos, especialmente aqueles que tem como orixá de cabeça o jovem Oxaguiã e dados a liberdade em todos os sentidos, apreciam o amor livre, detestam ser mandados. São sedutores e flertam com todos.
Podem se tornar pais excelentes e mães muito amorosas. Dedicam-se com carinho e ternura às crianças, com quem se relacionam muito naturalmente e gostam da companhia delas, na maioria das vezes. Aqueles que tem a versão mais velha do Oxalá, o velho Oxalufã, podem se tornar um pouco impacientes com crianças.
Relacionam-se com facilidade com os filhos de outros orixás, mas, é sabido por todos aqueles que frequentam os terreiros de umbanda e candomblé que os filhos de Oxalá têm sempre uma certa prevenção em relação às pessoas a quem não conhecem muito bem e demoram a estabelecer confiança em alguém, mas quando se torna amigo, é um grande companheiro.
Uma das características dos filhos de Oxalá é que eles são um tanto inconstantes e se amuam ou se zangam com grande facilidade, podendo se tornar um pouco ranzinzas. Para alguns filhos deste orixá, sua opinião deve ser ouvida e imposta até os extremos e não raramente por causa dessa característica, os filhos de Oxalá de desentendem com filhos de Iansã, Ogum e Xangô, principalmente.
São, também, pessoas de grande capacidade de liderança, tornando-se, não raras vezes, líderes em suas comunidades ou no ambiente de trabalho, pois inspiram com muita força através do seu discurso. Os filhos de Oxaguiã são bons oradores, e falam muito bem na maioria das vezes. Podem também ter talento especial para a escrita.
Os filhos de Oxalá são calmas, responsáveis, reservadas e de muita confiança. Seus ideais normalmente  são levados até o fim, mesmo que todas as pessoas sejam contrárias a suas opiniões e projetos.
Gostam de dominar e liderar as pessoas, especialmente as filhas deste orixá. Em contrapartida, são muito delicadas, caprichosas, mantendo tudo sempre bonito, limpo, com beleza, harmonia e carinho. Respeitam a todos mas exigem ser respeitadas, caso contrário, não há diálogo possível.
Os filhos de Oxalá geralmente perdoam facilmente, sabem ver que sentimentos negativos só atrasam. Sabem conquistar com seu jeitinho elegante, refinado e sincero. São calmos e dóceis, na maioria das vezes, andam com a postura reta, que representa sua natural elegância. Tem gostos caros e apreciam especialmente um bom vinho.
Oxaguiã - bravura é uma das características de seus filhos
A velhice tende a tornar os filhos de Oxalufã irritados e rabugentos, para aqueles que tem a versão mais jovem, Oxaguiã,  a idade pode trazer mais concentração e geralmente os filhos deste orixá alcançam a estabilidade financeira quando estão mais velhos. Os filhos de Oxalá podem ser também muito teimosos.
Os filhos de Oxalá são vaidosos, sempre preocupados em ostentar boa aparência e em serem agradáveis. As filhas de Oxalá são boas mães e esposas, embora, às vezes, se mostrem um pouco dominadoras e ciumentas. Também gostam de apresentar-se bem, embora discretamente.

LENDA 
Olorun, Deus supremo, criou um ser, a partir do ar (que havia no início dos tempos) e das primeiras águas. Esse ser encantado, que era todo branco e muito poderoso, foi chamado Oxalá. Logo em seguida, criou um outro orixá que possuía o mesmo poder do primeiro, dando-lhe o nome de Nanan. Os dois nasceram da vontade de Olorun de criar o universo.
Oxalá passou a representar a essência masculina de todos os seres, tornando-se o lado direito de Olorun. Nanan, por sua vez, teria a essência feminina, e representaria o lado esquerdo. Outros orixás também foram criados, formando-se um verdadeiro exército a serviço de Olorun, cada um com uma função determinada para executar os planos divinos.
Exú foi o terceiro elemento criado, para ser o elo de ligação entre todos os orixás, e deles com Olorun. Tornou-se costume prestar-lhe homenagens antes de qualquer outro, pois é ele quem leva as mensagens e carrega os ebós.
Olorun confiou à Oxalá a missão de criar a Terra, investindo-o de toda a sabedoria e poderes necessários para o sucesso dessa importante tarefa. Deu a ele uma cabaça contendo todo axé que seria utilizado.
Oxalá, orgulhoso por ter recebido tamanha honraria, achou desnecessário fazer as oferendas a Exú.
Exú, vendo que Oxalá partira sem lhe fazer as oferendas, previu que a missão não seria cumprida, pois, mesmo com a cabaça e toda a força do mundo, sem a sua ajuda não conseguiria chegar ao local indicado por Olorun.
A caminhada era longa e difícil, e Oxalá começou a sentir sede, mas, devido à importância de sua missão, não podia se dar ao luxo de parar para beber água. Não aceitou nada do que lhe foi oferecido, nem mesmo quando passou perto de um rio interrompeu a sua jornada. Mais à frente, encontrou uma aldeia, onde lhe ofereceram leite de cabra para saciar sua sede, que também foi recusado.
Todos os caminhos pareciam iguais e, depois de andar por muito tempo, sentiu-se perdido. De repente, ele avistou uma palmeira muito frondosa, logo à sua frente, Oxalá, já delirando de tanta sede, atingiu o tronco da palmeira com seu cajado, sorvendo todo o líquido que saía de suas entranhas (era vinho de palma). Embriagado pela bebida, desmaiou ali mesmo, ficando desacordado por muito tempo.
Exú avisou Nanan que Oxalá não havia feito as oferendas propiciatórias, por isso não terminaria sua tarefa. Ela, agindo por contra própria, resolveu consultar um babalawô para realizar devidamente as oferendas. O sacerdote enumerou uma série de coisas que ela deveria oferecer, entre elas um camaleão, uma pomba, uma galinha com cinco dedos e uma corrente com nove elos. Exú aceitou tudo, mas só ficou com a corrente, devolvendo o restante à Nanan, pois ela iria precisar mais tarde. Outros sacrifícios foram realizados, até que Olorun a chamou para procurar Oxalá, que havia esquecido o saco da criação com o qual criaria a Terra. Nanan, após terminar suas oferendas, foi atrás de Oxalá, encontrando-o desacordado próximo ao local onde deveria chegar.
Ao saber que Oxalá havia falhado em sua missão, Olorun ordenou que a própria Nanan prosseguisse naquela tarefa com a ajuda de todos os orixás. E assim foi feito. Nanan pegou o saco da criação e o entregou à pomba, para que voasse em círculo. A galinha com cinco dedos foi solta, para espalhar aquela imensa quantidade de terra, e, finalmente, o camaleão arrastou-se vagarosamente, para compactá-la e torná-la firme.
Quando Oxalá acordou, viu que a Terra já havia sido criada, e não o fora por ele. Desesperado, correu até Olorun, que o advertiu duramente por não ter reverenciado Exú antes de partir, julgando-se superior a ele. Oxalá, arrependido, implorou perdão. Olorun, sempre magnânimo, deu-lhe uma nova e importantíssima tarefa, que seria a de criar todos os seres que habitariam a Terra. Desta vez ele não poderia falhar!
Usando a mesma lama que criou a Terra, Oxalá modelou todos os seres, e, insuflando-lhes seu hálito sagrado, deu-lhes a vida.
Desta forma, Nanan e Oxalá desempenharam tarefas igualmente importantes, juntamente com a valiosa ajuda de todos os orixás, que possibilitaram o surgimento deste novo e maravilhoso mundo em que vivemos.
LENDA
No começo o mundo era formado somente por pântanos e água. Os orixás todos moravam no céu e só desciam de vez em quando para correr e se divertir nas águas. Olorum chamou então Oxalá e disse-lhe que gostaria de criar terra firme no mundo que afinal não tinha graça nenhuma era uma imensidão de água e nada mais. Confiou-lhe então essa tarefa, já que ele era o seu primogênito. Para a execução do feito, cedeu a Oxalá um pombo, uma galinha com pés de cinco dedos e uma concha de terra. Ao chegar ao pântano, Oxalá depositou a concha e soltou o pombo e a galinha sobre a terra que imediatamente começaram a ciscar e espalhá-la por todo o espaço. Em pouco tempo o barro transformou-se em solo e cobriu grande parte das águas.Oxalá, voltando ao céu, apresentou-se a Olorum e transmitiu-lhe o sucesso da empreitada. Este enviou um camaleão para ver se tudo estava a contento. Estava. A terra já era firme e poderia viver-se com segurança em sua superfície. Esse local foi chamado de Ifé que quer dizer ampla morada. Olorum então ordenou que seu filho descesse e plantasse árvores, o que ele fez com presteza. Logo vieram as chuvas para regá-las, e assim, em quatro dias, foi criado o Ifé e tudo que nele existe. Olorum deu ainda a Oxalá a honra de modelar o homem e a mulher feitos do barro do pântano. Quando modelados, levou-os até Olorum que, soprando seu hálito divino, deu-lhes vida. O mundo então se completara e todos louvaram e deram graças a Olorum e a Oxalá.
O homem, então, povoou a terra e passou a dar oferenda a todos os orixás que eram os senhores de cada segredo e cada mistério e, como sempre eram lembrados, nada deixavam faltar aos homens. Em certa ocasião, porém, os habitantes de Ifé perceberam que eram imortais, logo, não tinham que dar oferenda nenhuma a orixá nenhum, pois também eram deuses e essa falsa ilusão os deixou felizes e com enorme sentimento de liberdade, agora poderiam fazer de tudo, nada para eles era proibido, comparavam-se aos deuses e festejavam com alegria a grande descoberta.Oxalá ficou muito magoado e deprimido com tais desmandos de seus filhos, abandonou a terra e foi morar no espaço sagrado junto com todos os orixás. Lá chegando, pensou, pensou e chegou à conclusão que os homens tinham que ser castigados, assim aprenderiam que não podiam se comparar aos orixás. Então criou Icu, a morte, e deu-lhe a tarefa de fazer morrer a todos. Somente impôs uma condição: a morte pode levar qualquer um, sem exceção, mas a hora quem decide é Olorum. Icu mata, mas o mistério existente em torno do momento final pertence, exclusivamente, a Olorum.
LENDA
Oxalufon queria visitar seu grande amigo Xango, foi então até Orunmilá e consultou o oráculo, consultou Ifá. As determinações de Ifá não foram muito boas, revelando a Orunmilá que a viagem de Oxalufon seria trágica. Orunmilá aconselhou que o Grande Orixá não realizasse a empreitada.
Porém Oxalufon não queria desistir, pois a teimosia é uma característica desse Orixá, então pediu ao Babalawo que consultasse Ifá a fim de que surgissem determinações do que fazer para que a viagem não fosse trágica como foi avisado. Então Orunmilá revelou que durante a viagem em hipótese alguma Ele deveria reclamar ou brigar e discutir com qualquer pessoa, não poderia reclamar de nenhuma situação, com a conseqüência de que perderia a vida. Ainda recomendou que levasse 3 trocas de roupas.
Assim partiu Oxalufon em sua empreitada a fim de visitar o reino de Xango. Em determinado momento encontrou um menino, que tentava levantar uma bacia com azeite de oliva até sua cabeça mas não conseguia. Nosso Orixá observando a dificuldade do menino se propôs a ajudá-lo, foi quando virou todo o conteúdo da bacia sobre sua roupa. Lembrando do conselho de Orunmila, mesmo muito irritado, Oxalufon não reclamou do acontecido. Como levava três trocas de roupas, foi se trocar e entregar como ebó a roupa manchada.
Continuando seu caminho encontrou mais duas vezes a mesma situação que passara, caindo sobre si azeite de dendê e depois carvão, porém em nenhuma das vezes reclamou ou brigou. O menino que causara a situação desagradável não era nada menos que Exu, que como sempre maquinava situações para perturbar a mesmice. Vendo que Oxalufon não reclamou em momento algum, perdeu a graça e desistiu de perturbar o Orixá do Branco.
Em fim chegou pelas terras de Xango, quando caminhava pode avistar o cavalo que outrora havia dado a seu amigo. Supondo que o animal havia fugido tratou de dominá-lo para levá-lo de volta ao Rei Xango. Enquanto cavalgava em direção ao reino pode ser avistado pelos guardas que estavam justamente procurando o cavalo. Quanto foi a surpresa de Oxalufon quando pode perceber que os guardas confundiram-no com um ladrão. Nosso querido Orixá foi espancado e preso nas terras de Xango. Isso sem que fizesse uma só reclamação, temendo sua própria vida devido à determinação de Ifá.
Xango nunca soube do acontecido, porém seu reino foi abatido por uma grande fome e dfoi consultar Ifá. Assim foi revelado que seu reino cometera uma grande injustiça a alguém muito importante que ainda se encontrava preso. Xango foi até o lugar onde Oxalufon estava, quando reconheceu seu grande amigo em estado deplorável. Então o Grande Rei determinou que Oxalufon fosse libertado. Que preparassem um banho e trouxessem roupas brancas como o algodão.
Então Xango carregou Oxalufon em suas próprias costas e determinou que todo o povo do reino deveria reverenciar o Grande Orixá do Branco. Assim foi desfeita a injustiça e a fome e a doença deixaram o reino. 
LENDA

Olorun enviou Nanan e Oxalá para viverem na Terra e criarem a humanidade. Os dois foram dotados de grandes poderes para desempenharem essa tarefa, mas somente Nanan tinha o domínio do reinado dos eguns, e guardava esses segredos, bem como o da geração da vida, em sua cabaça. 
Oxalá não se conformava com esta situação, queria poder compartilhar desses segredos. Tentava agradar sua companheira com oferendas para convencê-la a revelar seu conhecimento.
Nanan, sentindo-se feliz com as atitudes de Oxalá, decide mostrar-lhe egun, mas apenas ela era reconhecida nesse reinado.
Certa vez, enquanto Nanan trabalhava com a lama, Oxalá, disfarçando-se com as roupas dela, foi visitar egun, sem lhe pedir autorização.
Quando Nanan, sentiu a falta de Oxalá e de sua própria vestimenta, teve certeza de que ele havia invadido o seu reinado, atraiçoando-a gravemente. Enfurecida com a descoberta, resolveu fechar a passagem do mundo proibido, deixando Oxalá preso.
Enquanto isso, Oxalá caminhava no reinado de Nanan, tentando descobrir seus mistérios, mas apenas ela conseguia comunicar-se com os eguns.
Egun, sempre envolto em seus panos coloridos, não tinha rosto, nem voz. Oxalá, usando um pedaço de carvão, criou um rosto para ele, como já havia feito com os seres humanos, e, com seu sopro divino, abriu-lhe a fala. Assim, ele conseguiu desvendar os segredos que tanto queria, mas, quando se deu conta, viu que não conseguia achar a saída.
Nanan não sabia o que fazer, por isso fechou a passagem para mantê-lo preso até encontrar uma forma de castigá-lo. Contou a Olorun sobre a traição de Oxalá, que não aprovou a atitude de ambos. Nanan errou ao revelar a Oxalá os segredos que o próprio Olorun lhe confiara. Para castigá-la, tomou o seu reinado e o entregou a Oxalá, pois ele desempenhara melhor a tarefa de zelar pelo eguns. Oxalá também foi castigado, pois invadiu o domínio de um outro orixá. Daquele dia em diante, Oxalá seria obrigado a usar as roupas brancas de Nanan, cobrindo o seu rosto com um chorão, que somente as iyabás usam.